sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Ibaretama servia de refúgio para um dos envolvidos em execução gravada em vídeo no Ancuri (caso dos 20 Tiros)

Preso um dos envolvidos em execução gravada em vídeo no Ancuri

Jorge Maciel de Souza, 23, estava escondido na casa da irmã, no distrito de Serrote, Zona Rural de Ibaretama, município a 134 km de Fortaleza.

Além do criminoso preso nesta sexta-feira, 27, mais três pessoas, já identificadas, estão envolvidas no homicídio filmado

Foi preso nesta sexta-feira, 27, por volta das 17 horas, um dos responsáveis pela execução de Fábio Rodrigues da Silva, 24, no bairro Ancuri, ocorrida na terça-feira de Carnaval, dia 17. Um vídeo com imagens do crime foi amplamente divulgado nas redes sociais.
Jorge Maciel de Souza, 23, estava escondido na casa da irmã, no distrito de Serrote, Zona Rural de Ibaretama, município a 134 km de Fortaleza.
De acordo com Francisco Souto, responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), a Polícia recebeu informações do paradeiro do criminoso e enviou uma equipe até a cidade. Após a prisão, o jovem confessou ser uma das pessoas que aparecem no vídeo participando da execução.
O acusado deve chegar à Capital por volta da meia-noite e será levado para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirma Souto.
O comandante acredita que Jorge deve revelar o paradeiro dos outros criminosos envolvidos no homicídio.
Frieza do crime
Quatro pessoas têm participação no homicídio registrado em vídeo. Os criminosos se revezam e disparam 20 tiros contra a vítima; as imagens impressionam pela frieza e crueldade. Uma mulher de 28 anos, identificada como Ariadna Lima Cordeiro, é quem grava a ação.
Segundo o comandante Souto, a execução foi ‘encomendada’ pelo amante de Ariadna, que está preso no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em Aquiraz.
O homem, traficante da Grande Messejana, teria mandado a amante matar Fábio, já que a vítima trabalhava para outro traficante que ameaçava tomar o comércio ilegal de drogas da área, explica Souto.
Além da mulher e de Jorge, criminoso preso nesta noite, um adolescente de 17 anos e um homem identificado como Samuel Lourenço Pereira estão envolvidos na execução.
A prisão do bandido foi um trabalho conjunto do Serviço de Inteligência da Polícia com os 16º e 30º Distritos Policiais (DP).
Redação O POVO Online

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

TCE Ceará vai intensificar inspeções para uso seguro do Transporte Escolar

Fortalecer a parceria entre as instituições para garantir o transporte escolar seguro dos estudantes. Esse foi o objetivo principal da reunião realizada pelo presidente do Tribunal de Contas do Ceará, conselheiro Valdomiro Távora, na tarde desta quarta-feira (25/2), com a presença de representantes da Secretaria da Educação (Seduc), Secretaria da Segurança e Defesa Social (SSPDS), Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal, Departamento de Trânsito (Detran-CE) e Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece).

“Sabemos das dificuldades enfrentadas pelas prefeituras, mas precisamos unir forças para preservar a vida dos alunos que utilizam o transporte escolar e, ao mesmo tempo, garantir o direito à educação de qualidade, de forma segura. Nossa intenção é minimizar o problema até poder erradicar de vez o uso do pau de arara como transporte de estudantes”, ressaltou o presidente Valdomiro Távora.

Segundo ele, o TCE Ceará irá realizar, de imediato, inspeção em cinco municípios cearenses: Cruz, Ipaporanga, Viçosa do Ceará, Aracati e Jardim. Para o segundo semestre deste ano, está prevista uma Auditoria Operacional sobre Transporte Escolar. “Trata-se de um trabalho mais amplo, onde são apontadas recomendações e/ou determinações, com o objetivo de contribuir para a melhoria da gestão pública”, reforçou a secretária de Controle Externo do TCE, Giovanna Adjafre.

Relator do processo nº 12595/2014-8, que trata sobre a questão de acidentes com transporte escolar, o conselheiro substituto, Paulo César de Souza, reforçou a importância do encontro. “Suspender a verba para transporte escolar por Medida Cautelar não resolveria o problema e ainda prejudicaria o acesso das crianças ao ensino. O que o Tribunal está propondo é uma união de forças para juntos traçarmos ações eficazes. O aluno precisa estudar, mas deve chegar à escola e em casa de forma segura.”

A secretária executiva de Educação, Dalila Saldanha, assim como os demais representantes dos órgãos presentes à reunião, falou dos investimentos na área, relatou dificuldades enfrentadas e destacou os avanços obtidos com o trabalho conjunto com o TCE. “É louvável a iniciativa do Tribunal de Contas. Sentimos que o TCE não está preocupado apenas em punir, mas, primeiramente, em buscar soluções. E a sociedade é quem ganha com isso”.

O conselheiro Valdomiro Távora reforçou o papel orientador do Tribunal. “O TCE não deixa seu papel fiscalizador, mas queremos ressaltar aqui o trabalho educativo que realizamos, com o auxílio da Escola de Contas Ministro Plácido Castelo.”

Presentes à reunião estavam Dalila Saldanha, Eleni Rodrigues e Aldísio Vieira, da Seduc; Cel. Lauro Prado, da SSPDS; Cel. Geovani Pinheiro, da PMCE; Ten. Cel. Paulo Sérgio, da PRE; Paulo Esdras, da PRF; Joaquim Rolim e Daniel Paiva, do Detran-CE; Expedito José do Nascimento e Daniela Amaral, da Aprece. Do TCE, também estava o diretor da 5ª Inspetoria de Controle Externo, Rubens Cézar Parente.

Informação via Blog do Macário em http://macariobatista.blogspot.com.br/

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Piso salarial: governador beneficia agentes comunitários de saúde


banner agentes saudeO governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, encaminhou à Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (23), projeto de lei instituindo o piso salarial dos agentes de saúde do Ceará, no valor de R$ 1014,00. Serão beneficiados mais de 8 mil agentes de saúde em todo o Estado. “Estou honrando um compromisso que assumi ainda durante a campanha. Esta é uma área fundamental no atendimento da população e pode ajudar a melhorar a qualidade de vida dos cearenses”, afirma o governador.

A medida atende a um compromisso reafirmado durante reunião com os representantes da categoria vindos de vários municípios. O piso existia apenas no âmbito federal, por meio da Lei nº 12.994 de 17 de junho de 2014. A lei entra em vigor na data da publicação e tem efeito retroativo a 1º de janeiro de 2015.

A presidente do Sindicato dos Estabelecimentos dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado (Sindiute), Marta Brandão, comemorou a notícia. "Para nós é uma grande conquista. Era uma luta prioritária. Tínhamos uma lei federal que determinava o pagamento do piso, mas esperávamos a intervenção do executivo estadual para estabelecer a medida em nível estadual", declara.

As alterações na Lei de n. 14.101 de 04 de abril de 2008 fazem jus ao piso salarial dos agentes comunitários de saúde que se dedicam integralmente aos serviços e ações de promoção da saúde, vigilância epidemiológica e combate a endemias dentro dos territórios de atuação.

23.02.2015

Informação da Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado do Ceará

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Ibaretama: 16 Projetos na agulha

De janeiro de 2013 à dezembro de 2014, foram enviados 18 propostas de projetos ao Governo Federal, das quais, 16 estão em análise.



O Governo Municipal de Ibaretama, representado legalmente por sua gestora principal, a socióloga Elíria Maria Freitas de Queiroz (PSD), vem mui respeitosamente através deste singelo informativo, tornar cientes todos os ibaretamenses e demais, acerca de suas ações, projetos e propostas de melhorias para este município, nos dois anos iniciais da administração “Ibaretama de Todos” (2013 e 2014).

De janeiro de 2013 à dezembro de 2014, foram enviadas 18 propostas de projetos ao Governo Federal, das quais, 16 estão em análise. Abaixo segue a relação, contendo o número da proposta do convênio, objeto e valor financeiro.


PROPOSTAS - PROJETOS - ENCAMINHADOS AO GOVERNO FEDERAL EM 2013.2014
ADM: IBARETAMA DE TODOS (2013-2016)
PREFEITA: ELÍRIA MARIA FREITAS DE QUEIROZ
ORD
PROPOSTA
OBJETO
VALOR GLOBAL
 CONTRA PARTIDA
1
1726537
PAVIMENTAÇÃO
596.938,78
11.938,78
2
1726990
PAVIMENTAÇÃO
298.469,39
5.969,39
3
1726995
PAVIMENTAÇÃO
497.448,98
9.948,98
4
1726999
PAVIMENTAÇÃO
397.959,18
7.959,18
5
1741831
CONSTRUÇÃO DE COMPLEXO ESPORTIVO NA SEDE DO MUNICÍPIO
1.020.500,00
20.500,00
6
1741834
CONSTRUÇÃO DE GINÁSIO NA LOCALIDADE DE PIRANJÍ
816.400,00
16.400,00
7
1741835
CONSTRUÇÃO DE UM CAMPO DE FUTEBOL
816.400,00
16.400,00
8
1741836
CONSTRUÇÃO DE UMA QUADRA POLIESPORTIVA
485.371,11
9.710,00
9
1771804
IMPLANTAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA ESTAÇÃO JUVENTUDE NA MODALIDADE COMPLEMENTAR
264.000,00
6.000,00
10
1790366
PAVIMENTAÇÃO
503.163,27
10.063,27
11
1790543
CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS VICINAIS
497.449,00
9.449,00
12
1790551
CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS VICINAIS
1.492.347,00
29.847,00
13
1790557
CONSTRUÇÃO DE PRAÇA DA JUVENTUDE
1.691.327,00
33.827,00
14
1822343
IMPLANTAÇÃO DE OBRAS DE INFRA ESTRUTURA TURÍSTICA
244.000,25
250,25
15
1822369
IMPLANTAÇÃO DE OBRAS DE INFRA ESTRUTURA TURÍSTICA
488.000,50
500,50
16
1822383
IMPLANTAÇÃO DE OBRAS DE INFRA ESTRUTURA TURÍSTICA
976.000,00
1.000,00





Fonte: Portal dos Convênios (api.convenios.gov.br)
Informação: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Ibaretama-Ce;


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

"Oh Sofrência" - No ritmo de Pablo, professor dá aula de História em Ibaretama

E quem disse que o ritmo de Pablo não arrocha... Professor Kilmer provou que sim! "Oh sofrência"

A febre musical do momento (o baiano Pablo do Arrocha) contagiou as aulas do professor de História, Kilmer Duarte, na EEM Cônego Luiz Braga Rocha em Ibaretama, sertão central cearense, distante 136 km de Fortaleza.

O educador, que também já foi aluno da Escola Cônego, aproveitou o ritmo para atrair a atenção de seus pupilos. Em meio ao conteúdo didático, o docente insere músicas e torna o assunto estudado mais próximo dos jovens. Com isso, o aprendizado torna-se mais prazeroso. Inovação, ousadia, coragem, aperfeiçoamento da prática pedagógica. Parabéns ao professor, por gostar daquilo que faz! 

Ver vídeos em:
https://www.youtube.com/watch?v=MtFMWwQ5hw8&feature=share
https://www.facebook.com/kilmer.a.duarte/media_set?set=vb.100002343937693&type=2
https://www.facebook.com/video.php?v=786023748152416&set=vb.100002343937693&type=3

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Ibaretama na lista da 2ªChamada do Mais Médicos - Ceará preenche 93,5% das vagas na primeira chamada

Na lista de municípios com vagas disponíveis na segunda  chamada estão: Fortaleza, Amontada, Boa Viagem, Camocim, Choró, General Sampaio, Ibaretama, Ipueiras, Itaiçaba, Itapiúna, Jaguaribara, Jucás, Orós, Palhano, Paramoti, Pedra Branca, Quixeramobim, Tauá, Tejuçuoca, Tururu e Uruburetama.

Ceará preenche 93,5% das vagas na primeira chamada do Mais Médicos

Levantamento do Ministério da Saúde indica que 493 das 528 vagas solicitadas pelo Estado foram ocupadas por médicos com CRM Brasil
Número implica em reforço de 493 profissionais em 107 municípios cearenses. Os médicos alocados têm até 20 de fevereiro, sexta-feira, para se apresentar nos municípios portando a documentação exigida no Edital do Programa. Caso não compareçam,perderão a vaga que ficará disponível na segunda chamada de seleção de médicos.

De acordo com o ministério, entre as 113 cidades cearenses participantes, 92 preencheram 100% da demanda, 15 ocuparam as vagas parcialmente e seis não conseguiram preencher nenhuma vaga. 

Em todo o país, 91% dos municípios que aderiram ao novo edital do programa foram integralmente atendidos na primeira chamada de médicos com CRM Brasil. 

Segunda chamada

A segunda chamada de seleção de municípios vai ocorrer nos dias 23 e 24 de fevereiro. A terceira chamada está prevista para os dias 17 e 18 de março. O profissional que for alocado no município que escolheu e não se apresentar na data prevista não poderá participar das outras chamadas.

Na lista de municípios com vagas disponíveis na segunda  chamada estão: Fortaleza, Amontada, Boa Viagem, Camocim, Choró, General Sampaio, Ibaretama, Ipueiras, Itaiçaba, Itapiúna, Jaguaribara, Jucás, Orós, Palhano, Paramoti, Pedra Branca, Quixeramobim, Tauá, Tejuçuoca, Tururu e Uruburetama.


Informação Via Redação O POVO Online

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Camilo Santana aprova auxílio-alimentação para professores temporários do Estado

Governador aprova auxílio-alimentação para professores temporários do Estado

Ter, 10 de Fevereiro de 2015 20:39
150210 REUNIAO-APEOC JW2936O governador Camilo Santana recebeu na tarde desta terça-feira (10), no Palácio da Abolição, a diretoria da Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais do Ceará (APEOC), para discutir alguns temas referentes à educação e profissionais do magistério. Entre os pontos levados pela entidade estavam a aplicação do reajuste do piso salarial e garantia do auxílio-alimentação para os professores temporários.

Após a reunião, que durou mais de quatro horas, Camilo aprovou o auxílio-alimentação para mais de quatro mil profissionais temporários do Estado. O projeto de lei deverá ser encaminhado ainda este mês para a Assembleia. O profissional será contemplado mensalmente com uma quantia de R$ 258,50, o que acarretará investimento de R$ 10 milhões/ano para o Estado.

Quanto a aplicação do reajuste do piso salarial, o governador acelerou o processo de negociação dos estudos de maio para o mês de abril. Camilo se comprometeu ainda em se reunir com o ministro da Educação, Cid Gomes, para tentar viabilizar maior complementação para os recursos do Fundeb. “Reafirmo aqui meu compromisso com a categoria e me comprometo de ir pessoalmente à Brasília conversar com o ministro Cid Gomes para viabilizarmos mais recursos para o Estado”, afirmou.

O presidente do sindicato Apeoc, professor Anízio Melo, fez um balanço positivo do encontro e afirmou que Camilo garantiu uma luta histórica da categoria. “Saímos de uma reunião bastante positiva, pois o governador reafirmou o compromisso de valorizar os profissionais da educação garantindo o auxílio-alimentação. Desde a década de 80, os professores temporários não tinham esse direito”, disse.

Participaram ainda da reunião a vice-governadora Izolda Cela e os secretários Élcio Batista (Chefia de Gabinete), Maurício Holanda (Educação) e Mauro Filho (Fazenda).

10.02.2015
Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado do Ceará   

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Prefeita Elíria Queiroz e secretária Izabel Braga participam de reunião com Carlile Lavor




Prefeitos e secretários de saúde participam de reunião com Carlile Lavor
Prefeitos e secretários de saúde participam de reunião com Carlile Lavor
O secretário da saúde do Estado, Carlile Lavor, terá o primeiro encontro com os prefeitos e secretários de saúde dos 184 municípios, com a participação das coordenadorias regionais de saúde. A prefeita de Ibaretama, Elíria Queiroz (PSD) e a secretária municipal da saúde, Izabel Braga, já confirmaram presença no evento.
Hora e local
O encontro acontece nesta terça-feira (10), das 09 horas às 16 horas, no auditório da Escola de Saúde Pública do Ceará (Avenida Antônio Justa, 3161 – Meireles).
Pauta
Na pauta principal, a apresentação das diretrizes da política de saúde no Estado. Entre as diretrizes, está destacada: “assegurar atendimento de ações e serviços de saúde universal, integral e humanizado para toda a população do Ceará”.

Com informações da Sesa
Informação Extraída do maxinforma.blogspot.com.br/ com adaptações;


Raízes ibaretamenses: Gildo, o homem da bateria da Unidos da Cachorra!

"Eu deveria ter 14 a 15 anos. Era agricultor da mata mesmo, papai tinha uma fazendazinha lá em Ibaretama e a gente nascia e ficava por lá." 

Entrevista com Seu Gildo, o homem da bateria da Unidos da Cachorra

Presidente da bateria Unidos da Cachorra, seu Gildo nunca havia tocado instrumento, muito menos fabricado um. Aprendeu na folia
FOTO: TATIANA FORTES
O presidente do bloco Unidos da Cachorra, Gildo, é um encantado pela alegria e pelo ritmo dos Pré-Carnavais e Carnavais de Fortaleza


Na tarde quente do terceiro sábado de Pré-Carnaval, ao som de cuícas e batidas de surdo, seu Gildo, o presidente da bateria Unidos da Cachorra, saiu da rotina de afinação de instrumentos para colocar a cadeira na calçada e conversar. O velho hábito deu o tom da prosa com O POVO. Nada de formalidade, riso solto, talvez um tanto de aperreio -- era preciso finalizar os preparativos do desfile da Cachorra, que abriria a passagem dos blocos pela Rua dos Tabajaras.
Um dos personagens mais dedicados ao Pré-Carnaval de Fortaleza, festa que reavivou os dias oficiais de folia na Cidade, José de Castro Moreira (Gildo é apelido “de berço”, herança do avô Ermenegildo) viu a Cachorra nascer. Ali, na porta de casa, na rua Marechal Deodoro, antiga Cachorra Magra. Sem saber tocar, tampouco fabricar instrumentos, aceitou “a responsabilidade” de estar à frente de um grupo de ritmistas. Aprendeu tudo com a bateria. É assim até hoje, durante o ano todo, com ou sem Carnaval.
Veja galeria de fotos com o presidente da bateria Unidos da Cachorra, seu Gildo
O POVO - O senhor veio para Fortaleza com quantos anos?
José de Castro Moreira ( Gildo) - Eu deveria ter 14 a 15 anos. Era agricultor da mata mesmo, papai tinha uma fazendazinha lá em Ibaretama e a gente nascia e ficava por lá. Tinha uma irmã que casou, veio pra Fortaleza e ela foi trazendo os irmãos, dos mais velhos aos mais novos. Eu era o caçula dos homens, fui um dos últimos a vir. Por sinal, achando muito ruim. Acostumado dentro da mata, aquela coisa muito simples, muito silenciosa e chegar a uma metrópole dessa, a gente estranha, né? Aí chegou o tempo, depois, de não querer mais voltar, a não ser nas férias. 

OP - Quando chegou, o senhor já foi morar no Benfica?
Gildo - Não. Eu vim morar no Porangabuçu com a minha irmã Nair. Mais precisamente, na rua Nunes de Melo. Até que eu conheci uma jovem, que hoje é minha esposa. E que eu amo demais, faço questão de dizer, minha companheira de 32 anos. Ela se chama Odilva e me deu um filho maravilhoso, o Gildo Filho. Aí, quando casei fui morar no Benfica, na rua Marechal Deodoro, que antes era chamada Cachorra Magra. 

OP - Antes de o senhor casar, como era a sua relação com o Carnaval?
Gildo - Sempre gostei de ir para os clubes. Sou casado há 32 anos e conheci minha esposa num Carnaval em Quixadá, no chamado Balneário, que era um clube. Mas naquele tempo era só marchinha. “Bandeira branca, amor” (abre os braços e o sorriso enquanto canta)... aquela coisa mais calma, dentro do clube, com as fantasias e tal. Mas eu sempre gostei da palavra Carnaval. No meu tempo de rapaz, era só clube, como aqui em Fortaleza. Mas eu ia sempre pra lá. Era sagrado: na quinta-feira, véspera de Carnaval, já tava arrumando as malas. A gente tinha um terreno lá, eu ficava na fazenda e à noitinha pegava o transporte e ia pra Quixadá. Aí no outro dia, voltava pra fazenda. Mamãe querida fazia o famoso caldo de caridade. O filho chegava todo ressaqueado e ela dizia: “Chegou agora, meu filho? pois tem um caldinho pra você lá na panela!”. Ô, rapaz! Revigorava tudo! (risos) Eu ainda ia tomar um banho de açude. Quando chegava a Quarta-feira de Cinzas, tava eu lá, morto de triste, sem nem um tostão no bolso, ressaca, mas com saudade do Carnaval. “Daqui um ano de novo!”, pensava. Ave Maria, era uma eternidade! (risos) Aí eu casei com a minha esposa e fui já saindo um pouco. Lá o Carnaval de clube foi acabando também e a gente ficava aqui na Capital. Ia pros clubes aqui, mas era raro, ficava mais vendo as escolas de samba pela televisão. 

OP - Como começa a sua relação com a bateria do bloco Unidos da Cachorra?
Gildo - Antes eu não sabia nem o que era uma bateria, a não ser pela televisão. Eu sou autônomo, trabalho com vendas e como artesão na fabricação de instrumentos de percussão. O artesanato que eu pratico até hoje é devido à bateria. Como morava na Cachorra Magra, que é um celeiro, um reduto de artistas, um bairro muito cultural em matéria de samba, comecei a conhecer. Como eu lhe falei, a rua cheia de artistas que gostavam do samba e tal, surgiu um bloco chamado Porra da Cachorra. Era um grupozinho de percussionistas que tinha mais metais, tocava marchinhas. Isso em 1998. O presidente era o Paulo Brasil. Eu, como morador, ainda jovem, ia pra calçada ver a marchinha. Era muito bom, sempre acompanhava, todos os sábados. Aí eu fui olhando, gostando, gostando, pegando as amizades, quando foi em 2002 a Porra da Cachorra parou. A Marechal Deodoro ficou sem Carnaval pras famílias. 

OP - Foi aí que surgiu o bloco?
Gildo - Então, a gente ficou pensando: “E aí, por que parou? O que vamos fazer? Rapaz, vamos fazer aqui um blocozinho pra gente continuar a brincadeira, é família, muito bom, todo mundo gosta. Mas vamos fazer um estilo diferente? Não vamos colocar só marchinha, vamos fazer bateria! Vamos arrumar uns instrumentos”. Aí pega daqui, pega dali. Aquela coisa improvisada, que é muito bom. Improviso é muito bom, né? Aí começamos, 15 a 20 pessoas fazendo batucada na rua. Mas precisava de uma pessoa pra assumir as responsabilidades. Como a minha casa antes era a sede de outros blocos, como As Bruxas, que meu cunhado tomava conta, eu falei com a minha esposa. Porque a mulher é a dona da casa e ela é quem manda, né?! Eu disse: “minha filha, você aceita eu assumir a bateria como presidente, vai ter um trabalhozinho, você me ajudando numa coisa e outra?”. Ela disse: “assuma pra que a gente tenha nossa brincadeira”. 

OP - Já nasceu como Unidos da Cachorra?
Gildo - Não. Aí fomos fazer um plebiscito pra escolher o nome. Mas nós tínhamos que deixar Cachorra. Podia ser Unidos da Cachorra, Nossa Cachorra, Cachorra Marechal, Cachorra do Benfica, mas tinha de ter a palavra “cachorra” pela história da rua. Aí fizemos a votação e ficaram três nomes: Nossa Cachorra, Cachorra Marechal e Unidos da Cachorra. Votaram, votaram e escolheram Unidos da Cachorra. E é até hoje. Desde 2003. No dia 5 de novembro de 2003 foi quando a Unidos da Cachorra aflorou. Começou pequenininha, mas graças a Deus foram chegando outras pessoas que gostavam e que entendiam. Porque tem uma relação muito boa entre entender e gostar. Você faz uma coisa, mas se você gosta você faz com mais ênfase, com mais vontade. Como a rua já era um celeiro de artistas que gostavam (de samba), foram surgindo outros amigos que vinham, chegavam, gostavam e ficavam, dando mais apoio, mais qualidade e crescendo em quantidade e qualidade. Até hoje nós estamos crescendo, sempre melhorando, porque ninguém é perfeito, e a Cachorra não é perfeita. É uma bateria de brincadeira, de irreverência, de você chegar e ficar bem à vontade. Eu sempre digo que a Cachorra é uma outra família que você você vai escolher. Eu tenho essa bateria como meu terceiro amor. Como diz aquele cantor (Fernando Mendes), “eu tenho dois amores”, mas eu tenho três amores. Minha esposa, meu filho e essa bateria. 

OP - O senhor disse que antes só assistia ao bloco na rua, que só conhecia bateria pela tevê, mas como o senhor assumiu o Unidos da Cachorra? Sem saber tocar?
Gildo - Exatamente. Eu era leigo em qualquer samba, só fazia ouvir. Sempre gostei de samba como gostava de qualquer música. Dependendo do ambiente, do horário. Eu adoro forró, adoro samba, adoro Roberto Carlos, música romântica eu adoro. Mas tinha de ter uma pessoa pra assumir, que tivesse um ponto de apoio pra que fossem feitos os instrumentos, as reuniões. Aí como a minha mulher disse “fique à vontade”, então eu tava com o queijo, a faca e a vontade de sambar! (risos) Aí comecei. Depois enraizou. Essa Cachorra é aqui dentro (bate no peito) e não vai sair nunca. 

OP - E qual foi o primeiro instrumento que o senhor aprendeu a tocar? Alguém o ensinou?
Gildo - Foi o surdo de terceira. Olha, o importante é você ter ouvidos, aprende de ouvido. Se você tiver ouvidos você aprende a tocar qualquer instrumento. Ter perspicácia de ouvir a batida pra ter noção. Aí fica mais fácil de aprender, bem mais fácil, principalmente percussão. 

OP - E o senhor já tinha o instrumento? Ganhou?
Gildo - Todos os instrumentos desta bateria foram feitos por um rapaz chamado Gildo, esse que vos fala. Não sabia tocar, nem sabia fazer. Pra tocar, é ouvido. Pra fazer, a gente pega o molde, vai fazendo, vai errando, vai consertando, até chegar a um bom instrumento. E, modéstia à parte, meus instrumentos são bons. Já fiz pra todas as baterias aqui de Fortaleza e as de fora. Uso o couro de bode pras marcações. Sempre vem mestres aqui que a gente convida e ficam lá em casa, veem a minha oficina. Eu faço porque eu gosto de fazer, eu gosto de samba, gosto da bateria e gosto de fazer instrumento. É unir o útil ao agradável. 

OP - Depois que foi criada a bateria Unidos da Cachorra, vocês ainda ficaram um bom tempo na Marechal. Como acontece o movimento para a Praia de Iracema? Por que decidiram migrar?
Gildo - A gente dava uma voltinha na rua. Não era ainda fomentado pela Prefeitura, pela Secretaria de Cultura, era a ajuda dos vizinhos pra fazer um estandarte, criar um abadá, qualquer coisa. Já fazíamos o Pré-Carnaval, não como hoje, mas a gente fazia, por espontânea vontade. Sempre nos sábados, à tardinha pra noite. Mas a Marechal Deodoro se tornou pequena pra bateria, porque ela foi crescendo tanto em qualidade como em quantidade de ritmistas e as pessoas foram chegando, chegando. A rua não comportava. E alguns moradores começaram a não gostar, chegavam no domingo batendo na porta da minha casa dizendo: “Seu Gildo, seu Gildo! A bateria é muito boa, você para na hora certa, mas o problema são os garotos do carro-de-som, que ficam depois da bateria até altas horas da noite tomando cerveja!”. Então, isso foi criando um problema social na rua. Espaço pequeno, bateria crescendo, muito querida, então ia chegando gente de todo canto. “Vamo pra Cachorra, vamo pra Cachorra!”. Foi quando surgiu o primeiro Pré-Carnaval ditado pela Secretaria de Cultura, em 2007. 

OP - Foi quando vocês saíram da Marechal.
Gildo - Isso. Aqui no Dragão tem uma boate chamada Buoni Amicis, do Célio (Paiva). Por intermédio do (jornalista e sambista) Felipe (Araújo), que falou com ele, disse como era lá, o Célio foi ver. Aí viu a boa qualidade da nossa bateria, já eram uns 60 ritmistas, então ele chamou a gente pra vir tocar no espaço dele. Nós viemos. Foi uma explosão. Uma multidão, uma coisa maravilhosa, nós só podíamos agradecer ao povão que nos acolhia.

OP - O que o senhor sentiu quando viu a Cachorra tomando essa proporção tão grande?
Gildo - Eu senti um medo! Porque a coisa cresceu tão rápido, e em boa qualidade, que é o mais importante. Cresceu em qualidade e em quantidade. Quando a bateria ia sair, eu ficava tenso. Tava crescendo numa proporção que, sei lá, demais. Vixe, Maria, será que vai dar certo? E aí fomos fazendo mais instrumento, mais instrumento, mais instrumento, e aparecendo mais gente. Ficamos no Célio dois anos, depois viemos pra Órbita, passamos mais dois anos, mas nesse tempo ninguém ia pro Aterrinho. Aí depois passamos a finalizar no Aterrinho. 

OP - Mas o senhor queria sair da Marechal?
Gildo - Aí eu digo pra você: sair da Marechal, pra mim, não foi bom em termos de conforto pra mim, era na porta da minha casa, guardava tudo lá, 22h30min parava. Mas, principalmente, porque ela (a bateria) nasceu lá. Eu não queria que tivesse saído, mas devido a estar crescendo, crescendo e absorvendo muita gente, tivemos de vir pra cá. Mas aqui é muito bom. E no Benfica não morre. 

OP - O senhor tem vontade de levar essa bateria da Cachorra pra tocar de vez em quando lá?
Gildo - Posso ser sincero com você? Eu não tenho vontade, não, eu morro de vontade! (risos) Agora, infelizmente, a Secretaria (de cultura de Fortaleza) não aceita, assim, porque lá já tem os blocos, a rua não suporta. Mas eu queria, não voltar definitivo, mas ter a oportunidade de levar para onde nasceu a bateria, para aquelas pessoas que sempre perguntam “Seu Gildo, quando é que vem aqui a Cachorra?”. Mas a gente não pode, porque tem o edital, as regras que a gente gosta de cumprir. 

OP - Seu Gildo, o senhor contou que quando a Cachorra começou a Prefeitura ainda não apoiava. Hoje o Pré-Carnaval conta com outros blocos de bateria, ganhou uma proporção até maior que o Carnaval de Fortaleza. O senhor acha que a Unidos da Cachorra ajudou a criar esse outro momento do Pré?
Gildo - Hoje o Pré-Carnaval de Fortaleza é muito importante pra cultura popular, pra cultura do samba, pra essa irreverência carnavalesca que existe no Brasil todo. O Pré-Carnaval de Fortaleza nasceu, cresceu e não vai morrer nunca. A não ser que as autoridades queiram parar de vez. Mas eu acho que mesmo parando, essa bateria vai fazer alguma coisa, nem que seja no meu quintal, mas esta aqui não morre nunca. O Pré é de uma importância muito grande pra cultura, pros turistas. A gente faz o ensaio aqui, todos os sábados vem turistas de todas as qualidades, olha, samba, brinca. Isso pra gente é a coisa mais importante do mundo.

OP - O senhor já teve de fazer algum sacrifício pela bateria?
Gildo - A minha mulher diz assim: “Meu filho, você já tem 60 anos e não perde um sábado nessa bateria”. Aí eu digo pra ela: “É a minha diversão”. Eu saio de casa meio-dia, todos os sábados, independente de Pré-Carnaval, pra vir pra cá (o local de ensaio, na rua José Avelino). E é realmente bem quentinho, como você tá vendo (a entrevista aconteceu às 14 horas, na calçada). Aí eu venho, com meu jeitinho de ser, pego meu “onibuzinho”, venho, depois volto pra casa 19 horas. O ano todo. Então, o sacrifício é esse. Mas tem outra página: o prazer de ver as pessoas brincando, extravasando. O que dá prazer à gente é isso. Não se faz Carnaval, nem Pré-Carnaval pra ganhar dinheiro. Se faz Carnaval e Pré-Carnaval pra se divertir! 

OP - O que o senhor acha que o Carnaval de Fortaleza ainda precisa?
Gildo - Precisa de muita coisa. De vontade dos políticos, da Secretaria de cultura, tanto de Governo (do Estado) como de Prefeitura. Tem muita gente que ainda viaja pro Interior. Se aqui tivesse um Carnaval bom, bem estruturado, bem organizado, não digo só pelo dinheiro, não. Não é só isso. (Que) Ajudasse e exigisse a qualidade. Aí você ia ver pouca gente sair pras cidades do interior. O Carnaval da (avenida) Domingos Olímpio é bom, é povão, mas não é assim uma coisa que chame você, pra você dizer que “adorou”. Mas poderia ser muito bom, porque tem blocos, tem afoxés, tem maracatu. Que são as raízes da gente. Pra crescer mesmo, tínhamos de ter muita boa vontade, não só financeiramente, mas em termos logísticos em geral, apoio, estrutura, organização. Tudo isso tem, mas poderia ser bem melhor. 

OP - O senhor se imagina sem a Unidos da Cachorra?
Gildo - Se um dia eu tiver que sair dessa bateria não vai ser por minha vontade. Às vezes a saúde impede, mas falei pra você que eu tenho três amores, minha mulher, meu filho e essa bateria. Se, por ventura, acontecer de o Gildo ter de se ausentar da bateria, temporário ou definitivo, eu vou sentir muito… porque eu amo essa bateria! Essa bateria quando sai eu fico todo arrepiado. Eu lhe digo com toda sinceridade, independente de eu ser o presidente, porque nós somos presidentes, todos que fazem essa bateria são presidentes, todos são iguais. O importante é fazer essa bateria melhorar cada vez mais, crescer em todos os sentidos, com qualidade, respeito, decência, irreverência e, acima de tudo, paz. Nessa bateria, nunca vi uma desavença. Isso qui é uma família, você só venha pra cá com o sorriso aberto, pra sair de casa e dizer assim: “vou ali na minha outra família, vou sambar na Cachorra, vou me divertir na Cachorra”. Quando eu chego em casa, depois do percurso, eu chego em casa morto de feliz! Porque deu tudo certo. Estafado um pouco, mas morto de feliz!
Matéria do jornal O Povo;